XUXA 57 ANOS

Xuxa terá cruzeiro temático em março de 2022

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sábado, 16 de junho de 2018

ENTREVISTA X: A RAINHA DOS BAIXINHOS E DOS ANIMAIS

Nesta entrevista para Wow Pet, Xuxa fala sobre o seu amor pelos animais e revela que por esse sentimento está se tornando vegana.



Quando a gente fala de Xuxa, é inevitável se lembrar de crianças e de animais, principalmente os cachorros. Com 35 anos de carreira na televisão, Xuxa não para. Atualmente, ela brilha todas as quartas-feiras na tela da Record no comando do reality de dança Dancing Brasil. O programa teve a terceira temporada no começo do ano. Aos 55 anos, a apresentadora também se firma como empresária de sucesso. É sócia das redes de franquia de casas de festa infantil Casa X e dos institutos de depilação definitiva Espaço Laser. Nesta entrevista descontraída, Xuxa relembra a infância e conta como os animais sempre estiveram presentes em todas as fases de sua vida.

Wow Pet- Quais são as primeiras lembranças da presença de animais na sua infância?
Xuxa- “Sempre tivemos bichos, pois lá no Sul (Xuxa nasceu em Santa Rosa, Rio Grande do Sul, e veio para o Rio de Janeiro aos sete anos de idade), a natureza sempre foi muito presente. Me lembro muito de um cachorro que tive, chamado Bingo, e que foi roubado”.
WP- Seus pais deixavam vocês terem animais em casa?
Xuxa- “Aqui no Rio era mais difícil, pois morávamos em um apartamento (Xuxa morou em Bento Ribeiro no subúrbio do Rio). Mesmo assim, eu tinha peixinho, tartaruga, passarinho. Tive um cachorro chamado Kiko que minha mãe deu sem eu saber. Depois soube que ele morreu de saudades”.
WP- Você já declarou que pensava em ser veterinária, né? Por que essa vontade?
Xuxa- “Sempre quis ser e quem sabe ainda vou ser. Eu adoro poder salvar, cuidar dos animais…”
WP- Sabe dizer pra gente quantos cachorros você já teve?
Xuxa- “Quando morei no sítio, tive 54 cachorros de uma só vez, além de muitos outros bichos. Eu era mantenedora do Ibama”.
WP- Hoje você tem quantos animais em casa?
Xuxa- Tenho sete. O Duduzinho, um yorkshire; Nina, mulher do Dudu e york também; Zeca e Chico, dois yorks que são filhos do Dudu. Tenho a Luli, uma shitzu; Pingo, um outro shitzu filho da Nina; e tenho a Dona, uma golden retrievier que adotei há pouco tempo e que chegou já grande”.
WP- Você teve um cachorro que ficou super conhecido, o Xuxo. Como era a relação com ele?
Xuxa- “A melhor possível. O Xuxo quase falava, me entendia no olhar e eu a ele. Foi o cachorro mais inteligente que tive em toda minha vida. Sonho com ele até hoje”.
WP- O Dudu é hoje o seu super companheiro. Como ele chegou até você? Como é seu dia a dia com ele?
Xuxa- “Nossa história começou assim: eu ia dar o Dudu para uma super amiga que mora na Argentina, mas tive que ficar com ele por uma semana cuidando de uma dor de barriga que ele teve antes de eu o mandar para ela. Aí, eu me apaixonei perdidamente e hoje não gosto nem de dizer que é um cachorro. Ele é meu filho de pelo. Amo, amo, amo, amo e amo”.
WP- Poderia nos contar uma história emocionante que viveu com alguns dos seus cachorros?
Xuxa- “Nossa, são muitas histórias!! O Xuxo antes de morrer (eu estava fazendo um show) se arrastou até a frente do meu quarto e chorou. Depois voltou para cama, deitou e morreu. A Xinha, que era minha poodle, chorava sempre que o Xou da Xuxa terminava. Ela não podia ouvir a música Doce Mel orquestrada que chorava muito. O Zezinho, um outro Yorkshire que ganhei do cantor José Augusto, falava sim e não. O sim era um espirro.  O não era um movimento da língua com um som na boca que também parecia um não. Perguntávamos coisas como: quer comer? quer beber água? quer dormir? Ele respondia sim ou não. Respondia e sorria depois que fazíamos o que ele queria. São muitas histórias… muitas!”.
WP- As suas músicas tinham uma preocupação com ecologia e animais. Era uma maneira de “educar” os baixinhos para também terem esse amor pelos bichos?
Xuxa- “Eu sempre passei através das músicas coisas que queria dizer. Assim ficava menos chato que ter que repetir várias vezes ou dizer o quanto era importante não fumar, não usar drogas, tratar bem as pessoas e os animais. Era mais rápido e certeiro. As músicas eram encomendadas aos compositores com os assuntos que eu queria abordar e como queria abordá-los”.
WP- É verdade que você conversa com seus animais?
Xuxa- (risos) “Muito mais do que eu converso com as pessoas. Eles me entendem, aceitam e respeitam. Não cobram nada de mim a não ser eu estar perto. Só”.
WP- A sua casa tem um grande viveiro no meio da sala. Como veio essa ideia de deixar pássaros soltos?
Xuxa- “Nunca curti ter pássaros presos. Até meu periquito Nando, que tive em Bento Ribeiro, vivia com a gaiola aberta. Ele saía e voltava quando queria. Quando tive a Casa Branca, na Barra da Tijuca, soltei os pássaros que lá estavam em uma gaiola. Não achei que era justo eles estarem presos só porque eram lindos. Depois tive pássaros em um sítio em semiliberdade. Eram gaiolas enormes que pegavam uma árvore toda. Quando construí a casa que moro hoje, pensei nesse jardim interno onde eles estariam em liberdade. Hoje tenho muitos pássaros adotados, alguns que eu ganhei e outros que comprei. São mais de 30 pássaros soltos e tem os filhotinhos pelos vasos de plantas, atrás das cortinas. Não sei a quantidade exata”.
WP- O que acha da adoção de animais, principalmente os mais velhos?
Xuxa- “Acho que tudo é válido para não vê-los sofrer. Amor nunca é ruim para quem precisa. Acho apenas que devemos pensar bem antes de colocarmos uma vidinha dessa em nossas vidas. Eles não podem ser abandonados, esquecidos ou mesmo ignorados.”
WP- Você declarou que está virando vegana (não come nada de origem animal). Essa mudança tem a ver com o amor que você tem pelos bichos?
Xuxa- “Já não comia carne desde os 13 anos de idade. Aos 24, parei de comer frango. Faltava o peixe. Não comia nada com lactose porque me fazia mal. Era obrigada a comer peixe, pois achava que assim tinha a proteína que precisava. Minha falta de informação acabou quando o Junno (namorado da Xuxa) me apresentou o documentário Terráqueos. Não consegui assistir de primeira. Parei quatro vezes porque só chorava. Logo depois vi Whats the healthe percebi que não posso dizer que amo os bichos se os como e não estou nem aí para as mortes e exploração deles. Também vi que a falta de informação é muito fácil para desculpar nossos erros. A proteína que precisamos não vem dos bichos. Não preciso saber que existe morte, dor e exploração no meu prato. Mas estou longe de ser 100% vegana, já que existem muitos produtos feitos de bichos, como roupas, por exemplo. Mas quem sabe um dia?”

Publicação da Revista Wow Pet, Ano 1, N° 3/ Março e Abril de 2018.

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